quarta-feira, 19 de março de 2008

Um caso de espantosa insignificância

Nunca na minha vida tive problemas com seres imaginários. Mesmo porque, delatei-os todos ao meu psicanalista.

Até descobrir que ele era produto, também, de minha imaginação. O que me irrita é o fato, que considero uma traição, de que ele diz o contrário. De que eu sou o fruto da imaginação dele. Ledo engano, minha cara abstração. O consultório, a rua, o bairro sequer existem. Eu mesmo fui à região e comprovei. Vi uma funerária azul, uma praça e um ponto de ônibus. E nunca ouviram falar em clínica ou consultório por ali.

Volto agora soberbo ao lugar de onde eu vim. Mas assalta-me uma dúvida: de onde eu vim?

Nenhum comentário: